Do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro ao Brasil de Todos: Identidade Nacional e sociedade no Brasil independente
From Brazilian Historical and Geographic Institute to Brazil of All: National Identity and Independent Society in Brazil
Palavras-chave:
Brasil, Nacionalismo, Identidade, Sociedade, MiscigenaçãoResumo
As temáticas identitárias e nacionalistas têm sido revisitadas com frequência, notadamente nesta última década. No Brasil, a discussão acerca da formação social alicerçada na tríade formada pelo branco, pelo índio (o nativo) e pelo negro sempre se fez presente, seja a forjar a ideia de um país mestiço, seja para contestar a desigualdade na representação dos papeis por cada um desses elementos formadores. O destaque atual conferido ao país no âmbito internacional, por suas articulações políticas e também por sua importância económica num contexto recente de crise, reforçam a utilização valorativa de elementos como a força, a união e a cordialidade do povo brasileiro. Neste sentido, a construção histórica do discurso da valorização da miscigenação que resulta hoje em uma ordem política exaltadora da igualdade e da tolerância, alicerçadas por nosso ordenamento jurídico em seu nível superior - A Constituição da República - e também por uma gama de legislações e políticas públicas, não só ilustram a realidade do país, mas faz com que o mesmo volte os seus olhares para o passado e para as fissuras e imprecisões que cunharam a ideia da identidade nacional do Brasil. O artigo em questão revisita um momento crucial para a construção do discurso identitário Brasileiro - a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - realçando os elementos constituintes do desenvolvimento de um discurso explicativo da formação social brasileira a partir do encontro dos seus três povos fundadores e da exaltação da miscigenação com o protagonismo civilizador do branco, articulando os reflexos deste ideal fundador da Nação Brasileira para a cidadania, para a articulação de movimentos sociais e para a construção democrática do país, iniciada nos anos 80.
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