O episódio 'puritano' - Poder régio e aristocracia no Antigo Regime português
The 'Puritan' episode: Royal power and aristocracy in the Old Portuguese Regime
DOI:
https://doi.org/10.21814/perspectivas.91Palavras-chave:
Absolutism, Nobility, Blood Purity, LineageResumo
Quando, por Alvará de 5 de outubro de 1768, D. José I proibiu a existência dos chamados Puritanos, censurando a sua estrita homogamia, fez muito mais do que acabar com uma estratégia matrimonial considerada indesejável ou extinguir uma seita aristocrática que se vinha perpetuando desde o século XVII. Reafirmou a sua autoridade enquanto monarca absoluto e estabeleceu com clareza os termos do “contrato social” entre o rei e a aristocracia nacionais, rejeitando um fenómeno que punha em causa o poder régio e a determinação, por parte da realeza, das taxonomias sociais existentes. Tratava-se, sobretudo, de harmonizar os interesses da Coroa e da aristocracia na salvaguarda de uma ordem hierárquico-corporativa que, assegurando a preeminência social de ambas, tinha na diferenciação de estatuto e na discriminação social a matriz do seu funcionamento.
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